quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O módulo Philae “aterrou” no cometa, mas não conseguiu se fixar.

Passavam dois minutos das 16h00 quando a equipa da ESA lançou a primeira salva de palmas. À hora prevista o módulo "aterrou" no cometa. A ESA já recebeu a primeira imagem tirada durante a descida.
A equipa da Agência Espacial Europeia (ESA) estava há muito preparada para este momento. O módulo Philae, libertado da sonda Rosetta esta quarta-feira logo depois das 9 horas, “aterrou” com no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, mas ainda não se conseguiu fixar convenientemente. Assim que se fixe à superfície a primeira missão do módulo é enviar imagens panorâmicas da “nova casa”.

A equipa da ESA comunicou em direto o sucesso da missão.
A felicidade entre os presentes é evidente, justificada pelo diretor-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain: “Este é um grande passo para a humanidade. E nós [ESA] somos os primeiros a ter conseguido”. O membro da ESA valoriza o trabalho de equipa de todos os envolvidos nesta missão. “O maior problema do sucesso é que parece fácil. Especialmente para nós que ‘parece’ que não estamos a fazer nada.”, disse em conferência de imprensa Jean-Jacques Dordain, acrescentando que “este sucesso veio do um trabalho árduo e da experiência” das equipas envolvidas.
O representante da Airbus e da equipa industrial disse que espera que “a missão Rosetta inspire os jovens a ir para o espaço assim como a missão Apollo inspirou” quem agora trabalhou neste projeto. Um dos representantes do governo local admitiu mesmo que esta missão “é comparável à chegada do homem à Lua”.

A felicidade pela concretização de um projeto com mais de 20 anos.
Durante as sete horas que demorou a descida do módulo desde a sonda até ao cometa, num percurso de cerca de 22,5 quilómetros, o Philae tirou fotografias e registou informação sobre o ambiente que envolve o cometa. Mas estes dados ainda vão demorar algumas horas a chegar à Terra.
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Imagem capturada pelo equipamento Rolis (ROsetta Lander Imaging System) do módulo Philae, às 14h38, a três quilómetros do cometa, durante a descida – ESA/Rosetta/Philae/ROLIS/DLR
Estava previsto que a “aterragem” no cometa acontecesse a uma velocidade de um metro por segundo, com os três suportes do módulo a absorver o impacto e com três parafusos a penetrar a superfície, prevenindo a possibilidade de ressaltos, referiu a ESA em comunicado de imprensa. Dois arpões deveriam ter sido lançados para fixar o módulo Philae à superfície, mas alguma coisa correu mal neste processo. Os técnicos ainda estão a analisar o problema.
Se as baterias aguentarem, o módulo vai, durante os próximos dois dias e meio, realizar a primeira fase da missão científica – uma imagem panorâmica a partir do local de “aterragem”, incluindo imagens em três dimensões, análise da composição à superfície e a uma profundidade de 23 centímetros.
Para uma segunda fase, espera-se que a poeira assente e que a energia solar seja suficiente para carregar as baterias. Se resultar, a segunda fase da missão vai durar até março de 2015. A partir daí, e à medida que o cometa se aproximar do Sol, a temperatura à superfície será demasiado alta para o Philae continuar a funcionar, refere o comunicado da ESA. A sonda Rosetta continuará a seguir o cometa até ao final de 2015, mas a uma distância maior porque a 13 de agosto de 2015 o cometa atinge o ponto mais próximo do Sol – “apenas” 185 milhões de quilómetros, mais ou menos entre a órbita da Terra e Marte.
Espera-se que toda a informação conseguida pela sonda Rosetta, que orbita o cometa, e o módulo Philae, que viaja com ele, possam responder a perguntas sobre a origem do sistema solar, quais as condições no início da respetiva formação, como evolui e, claro, que papel tiveram os cometas nesta evolução.

Fantasmas não existem:Cientistas ''provam'' isso em laboratório.

Você alguma vez, enquanto estava sozinho em um ambiente qualquer, teve a nítida impressão de estar sendo observado por alguém ou, ainda, sentiu uma forte presença sinistra com você? Pois de acordo com Dario Borghino do site Gizmag, pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, provaram em laboratório que essas sensações são provocadas pela nossa própria mente.
Segundo Dario, esse tipo de sensação é frequentemente descrita por atletas que se expõem a condições climáticas extremas — como os alpinistas, por exemplo — ou enfrentando situações de exaustão profunda, assim como por pessoas sob profundo estresse psicológico e por pacientes diagnosticados com distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
Para realizar o estudo, os pesquisadores vendaram um grupo de 12 participantes mentalmente saudáveis e os puseram para “brincar” com um dispositivo controlado por meio do dedo indicador. Os movimentos realizados pelos voluntários através desse mecanismo eram, então, reproduzidos por um braço robótico posicionado atrás deles que tocava suas costas. Veja no diagrama a seguir:

Dedos invisíveis

Nada muito fora do normal aconteceu enquanto os movimentos realizados pelos voluntários eram reproduzidos pelo braço robótico em tempo real. No entanto, a coisa começou a ficar interessante quando os pesquisadores atrasaram os toques nas costas em apenas 500 milissegundos — com respeito aos movimentos feitos pelos participantes.
Em apenas alguns minutos, apesar de estarem cientes do propósito do experimento, os participantes começaram a ter a sensação de estar na presença de “fantasmas” e de serem tocados por dedos invisíveis. Além disso, os voluntários também disseram ter a forte impressão serem observados e de se sentirem sendo arrastados para trás em direção às mãos fantasmas. Alguns disseram perceber até quatro presenças posicionadas ao seu redor.
Aliás, para dois dos participantes as sensações foram tão fortes que eles inclusive pediram para que o teste fosse suspenso. Segundo os pesquisadores, o experimento demonstra que esse tipo de sensação pode surgir em condições normais, e que basta com que exista um conflito entre os sinais motores e sensoriais envolvidos na geração da consciência que temos do nosso próprio corpo para que os fantasmas comecem a aparecer.

Fantasmas de laboratório

Os pesquisadores compararam a atividade cerebral dos 12 voluntários no experimento com a de 12 pacientes diagnosticados com problemas neurológicos — e que descreveram ter passado por experiências relacionadas com presenças invisíveis.
Os cientistas descobriram que as “aparições” estão relacionadas com alterações no córtex temporo-parietal, o parietal-frontal e o insular, que são regiões responsáveis por processar os sinais sensoriais envolvidos na percepção que temos do nosso próprio corpo. Conforme explicaram, o cérebro se apoia em várias representações de nós mesmos no espaço e, sob condições normais, ele é capaz de integrar todas essas informações e formar uma única imagem.
Contudo, quando o sistema não funciona direito — seja por conta de uma doença, trauma psicológico muito grande ou, neste caso, por causa de um robô —, algumas vezes o cérebro cria uma segunda representação do nosso próprio corpo. Entretanto, essa representação já não é mais percebida como sendo parte de nós, mas sim como sendo outra pessoa. Ou um fantasma.
De acordo com Dario, essa descoberta pode ajudar os cientistas a compreender melhor os sintomas associados com a esquizofrenia. O estudo sugere que pacientes diagnosticados com esse distúrbio podem perceber seus próprios movimentos ou sons produzidos por eles mesmos como sendo de outra pessoa, além de ajudar a explicar o motivo de os fantasmas — anjos da guarda, espíritos, demônios etc. — estarem presentes em diversas culturas que existem pelo mundo.